Sonhar não custa nada e leva longe
Em um mundo em que muitos não se permitem tirar os pés no chão, cinco jovens pilotos mostram que sonho é mais que uma palavra
Sonho. Substantivo masculino composto por duas sílabas e cinco letras, sendo uma vogal e três consoantes. Pela definição do dicionário Aulete Digital, entre seus significados estão:
- Ação ou resultado de sonhar
- Ideia ou ideal defendidos com paixão
- Desejo intenso e constante; aspiração
Uma palavra simples, mas com grande força, que uniu cinco jovens pilotos no dia 2 dezembro, no Circuito Internacional Techspeed, em Nova Santa Rita (RS).
Ao longo de doze horas de competição, Germano Cechin Peruzzo, Davi Kuhn, Pietro Dal Vesco, Gustavo Silva e Enzo Biffi estiveram a bordo do kart da equipe Gravina Performance destinada a eles nas 500 Milhas de Kart Rental by KTO. Eles estiveram ao lado de Tais Enzweiler, uma das mulheres que escreveram seus nomes na edição deste ano.
Agora, o que “sonho” tem a ver com prova de kart rental?
Ora, tudo.
Porque os cinco, sem distinção, têm um sonho em comum: viver do esporte a motor.
Pouca idade, muita experiência
Algum desavisado pode olhar para eles e pensar que estão nas pistas apenas para se divertir.
Grande engano, como ressalta o porto-alegrense Enzo Biffi. “Em agosto desse ano completei um ano competindo no kart rental”, lembra. “Tive muitas dificuldades no início, que consegui superar depois de muito treino”, complementa.
A reportagem do Push to Cast conheceu o piloto no segundo semestre deste 2023, durante a Copa KMKZY/NRK, realizada no tradicional circuito de Nova Santa Rita.
Outro morador da capital gaúcha, Pietro Dal Vesco, também tem uma trajetória semelhante. “Já participo de competições no kart rental e tenho interesse de continuar, pelo menos, mais um ano nessa categoria”, conta, sem demonstrar dúvidas.
Assim como eles, Gustavo Silva também não é um novato. Morador de Tramandaí, no Litoral gaúcho, foi outro competidor que o Push to Cast conheceu, desta vez no início do ano, na abertura da temporada do Kart in Senna. De lá para cá, fez aniversário e participou do máximo que pode dos certames da modalidade no Estado.
E o que eles têm em comum?
Todos querem ter o gostinho de experimentar, pelo menos, uma competição de kart profissional. Assim, esperam dar aquela “acelerada inicial” em uma carreira que muitos sonham, mas poucos podem realizar.
Um pouco de “experiência a mais”
Até aqui, contamos a história de três dos cinco personagens desta reportagem. Isso não foi por acaso.
É que os outros dois tem aquilo que os demais, ainda, não tiveram: a oportunidade de pilotar em categorias de motores mais rápidos.
“Eu comecei no kart profissional”, conta Germano Cechin Peruzzo. Morador de Veranópolis, na Serra gaúcha, migrou no rental pelo mesmo motivo se alguns nomes conhecidos da modalidade, como Juliana Petruschky: os altos custos deste esporte.
Segundo ele, essa mudança o aperfeiçoou como piloto. “Tive muita evolução, várias conquistas, e pretendo continuar no ano que vem”. Para isso, participará de duas seletivas para o Mundial de Kart Indoor.
Caso saia vencedor, garantirá uma vaga para a competição internacional, marcada para julho de 2024, no Kartódromo Granja Viana, em Cotia (SP).
Um pouco mais comedido nas palavras, mas com sonhos audaciosos, Davi Kuhn também já acelerou um kart profissional. Participou de duas etapas do Gaúcho de Kart, na qual a reportagem viu sua performance na terceira e decisiva etapa, em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.
Sua perspectiva? “Com certeza, competir mais de kart profissional”.
As 500 Milhas de Kart Rental
Assim como nas modalidades do kart, a experiência em uma prova de Endurance varia entre os pilotos. Por exemplo, Enzo participou pela primeira vez deste tipo de competição. “Como todo campeonato, tive muitos novos desafios e aprendizados”, diz. “Com mudanças no tempo e o início da chuva, infelizmente, a gurizada perdeu as chances de vencer a competição.”
Quem o vê falando isso, pode até ter uma impressão de “soberba”. Entretanto, mais uma vez, é um grande engano.
Essa turma mandou muito bem na prova.
Aos fatos: Davi conquistou a Super Pole das 500 Milhas de Kart Rental by KTO, ficando a frente de pilotos com muito mais experiência em competições automobilísticas – como, por exemplo, campeonatos nacionais de turismo e 12 Horas de Tarumã.
“Foi uma sensação única, fazer a pole no início do dia e ter o gostinho de liderar uma prova de 500 Milhas foi incrível”, conta ele, que já participara da prova anteriormente.
Como a liderança foi por pouco tempo, devido ao tumulto de uma largada com mais de 40 karts – e em estilo Le Mans. Davi perdeu posições e coube a Germano assumir o pequeno monoposto em nono e entregar em quarto para Gustavo, o próximo na estratégia.
Ele também não teve trégua. Devido às regras de tempo, caiu para depois do 20º posto, mas fez uma corrida de recuperação e entregou quando ocupava a primeira posição na geral. Ou seja: como dizer que isso tudo era um hobby?
Mais do que uma competição
Como toda pessoa em formação, ainda mais na juventude, o famoso networking é essencial. E isso também foi levado em consideração por Pietro. “Foi uma ótima oportunidade para eu conhecer e me enturmar com a galera”, rememorou. “Foi um evento gigante e muito bem organizado, que, com certeza, agregou muito na minha jornada no kartismo”, complementou o piloto que teve sua segunda experiência em uma prova de Endurance de Kart Rental – a primeira havia sido as 250 Milhas, realizadas em agosto.
Mesmo sentimento tem Germano, que já conta com uma grande experiência em competições de longa duração. “Foi uma oportunidade, para nós da ‘gurizada’, de disputar com grandes nomes e equipes em um grande evento”, ressalta ele, que tem em seu currículo o vice-campeonato das 3 Horas de Guaporé de 2022.
Por sua vez, Gustavo reforça que a competição também serviu para ver até onde pode chegar. “Tive um desempenho que não esperava alcançar tão cedo”, confessa. E aproveita para brincar com os adversários mais velhos: “A experiência a menos que temos foi compensada na questão da (superação da) fadiga, pela (nossa) juventude.”
E quanto à Davi? “Foi sensacional participar nessa prova com meus amigos”.
Palavras de quem largou na Super Pole e viu os colegas liderarem na geral, à frente de muitos “grandes”.
Qual o maior sonho?
Lembra da definição de “sonho”, descrita no início deste texto? Todos eles têm, e são muito bem planejados.
Enzo Biffi e Pietro Dal Vesco já sabem qual a categoria de kart profissional que querem atuar: a F4. “Se tudo der certo, quero permanecer no automobilismo através da Turismo 1.4 Nacional”, admite Pietro.
As categorias de Turismo também fazem parte do planejamento de Gustavo Silva. Ele, inclusive, já fez alguns testes na Turismo 1.4 RS neste ano.
O mesmo pode-se dizer de Gergamo Cechin Peruzo. Com um projeto focado na Lei de Incentivo ao Esporte, pretende competir no Turismo já em 2024.
E Davi Kuhn? Bem, ele permanece com seu sonho audacioso: “Quero focar mais no kart profissional e, depois, seguir minha carreira como um piloto de Stock Car.”
Nenhum deles está errado
Afinal, como diz o samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, de 1992:
“Deixe a sua mente vagar
Não custa nada sonhar
Viajar nos braços do infinito
Onde tudo é mais bonito
Nesse mundo de ilusão
Transformar o sonho em realidade
E sonhar com a mocidade
É sonhar com o pé no chão”
Sonha, gurizada.
Não custa nada.
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