Seletiva gaúcha do KWC já tem seus dois campeões
Rafael Brufatto e Wellington Caldeira levaram os títulos das categorias Leves e Pesados, respectivamente, neste domingo
Regularidade. Essa palavra definiu a Seletiva gaúcha para o Kart World Championship (KWC), realizada neste domingo (31), no Circuito Internacional Techspeed, em Nova Santa Rita (RS). O motivo? Porque Rafael Brufatto e Wellington Caldeira, campeões da Leves e da Pesados respectivamente, não venceram nas categorias em que levantaram o troféu – e, por tabela, conquistaram a vaga para o Mundial de Kart Indoor.
Verdade seja dita: ambos tiveram duas vitórias, mas não nas divisões em que foram campeões. Isso ocorreu porque o regulamento da Seletiva permitiu a participação nas duas categorias. Sim: Brufatto e Caldeira – assim como alguns outros pilotos – competiram na Leves e na Pesados.
Dessa forma, Caldeira venceu as baterias das Séries 2 e 3 na Leves, enquanto que Brufatto levou a melhor também nas Séries 2 e 3 da Pesados. Não bastasse isso, o campeão da Leves conquistou duas poles position na competição, enquanto que o campeão da Pesados registrou duas poles position e quatro voltas mais rápidas – somando as duas categorias.
Tudo isso rendeu pontos extras, que fizeram a diferença no resultado final.
Agora, entenda como foi o domingo no Circuito Internacional Techspeed.
Domingo quente em todos os sentidos
Os pilotos chegaram ao kartódromo sabendo que teriam um adversário extra: o calor. Quando foram às pistas, sentiram todo o poder do sol e da temperatura ambiente que já estava próxima dos 30ºC nas primeiras horas da manhã.
Mas, esse novo componente não fez frente à vontade dos 85 inscritos de sairem de lá com o “passaporte” para o KWC. O evento internacional será realizado entre 21 e 27 de julho, no Kartódromo Granja Viana, em Cotia (SP).
E, como o previsto, as disputas foram intensas – e tensas – em praticamente todas as 14 baterias da Seletiva.
O grande número de corridas ocorreu por um bom motivo: o grande número de inscritos por categoria. Por isso, foram realizadas duas corridas por categoria em cada uma das três séries classificatórias da competição.
Com tudo isso de prova, fica inviável escrever como foi cada uma. Então, vamos pular direto para as finais da Leves e da Pesados.
Confira como foi a final de cada categoria
Para chegarem à final, os 16 melhores da Leves e os 16 da Pesados precisaram superar os demais na fase classificatória. Porém, não bastava só obter o melhor resultado em suas baterias: como as categorias foram dividida em dois grupos, a cada nova série havia um sorteio para outra formação de pilotos.
Ou seja: nenhum grid teve os mesmos pilotos competindo entre si. Dessa forma, era necessário ter regularidade – a palavra-chave do início desse texto – para somar o máximo de pontos e combinar com os resultados paralelos das demais provas.
Final da Leves
Tudo parecia correr bem para Rafael Brufatto no início da etapa final. Na pole position, manteve a ponta assim que que foi dada a largada e conseguiu se afastar logo nas primeiras voltas. A briga ficou logo atrás, com uma grande disputa de posições.
Mas, em pouco tempo, Laerton Souza galgou posições e ultrapassou Brufatto. Entretanto, o futuro campeção não queria deixar perder tempo e tratou de grudar no novo líder. Mas, não apenas isso: também buscava se afastar dos demais adversários para poder disputar a liderança com apenas um piloto.
A estratégia deu certo e os dois abriram uma boa vantagem para os demais. Na última volta, Brufatto bem que tentou dar o bote na curva final, mas Souza conseguiu se manter na frente, vencendo a prova. Em terceiro, chegou Matheus de Castro.
Na soma de todos os resultados (três baterias e mais a final, que tem pontuação dobrada), quem subiu ao lugar mais alto do pódio na Leves foi Rafael Brufatto, com 121 pontos. Laerton Souza foi o vice-campeão, com 120 pontos e, em terceiro, chegou Wellington Caldeira, com 114 pontos.
Final da Pesados
Assim como na Leves, a pole position ficou com o futuro campeão da categoria Pesados. Sim, Wellington Silveira largou na primeira posição e partiu em busca da vitória. Porém, viu um Germano Peruzzo ousado na largada.
Mas, ao completar a primeira volta, Peruzzo já caiu para sétimo e quem apareceu em segundo foi Rafael Brufatto, animado com o título da Leves. Só que, ao ser ultrapassado por Leandro Vargas, aceitou o terceiro lugar e partiu para a mesma estratégia da final da Leves: pegar o vácuo para se aproximar do primeiro lugar.
Vargas logo chegou em Caldeira, estudou as linhas e em duas voltas assumiu a ponta. Lá atrás, os pilotos se uniram para se aproximarem dos dois primeiros e fazer uma final totalmente emocionante.
Deu certo. Na última volta, nada menos do que cinco pilotos intensificaram a luta pela vitória.
Brufatto até chegou a liderar, mas, na curva final, Fernando Vargas se saiu melhor e recebeu a quadriculada. Ele chegou à frente de Caldeira por apenas 42 milésimos de diferença e de Brufatto por apenas 95 milésimos. Vini Piltz, o quarto, ficou a 0,129 segundo do líder.
Na somatória, Caldeira levou o título, com 124 pontos, seis a mais que Leandro Vargas, o vice-campeão, com 118 pontos. Brufatto conseguiu a mesma pontuação, mas ficou em terceiro devido ao critério de desempate.
Agora, os campeões já começam o planejamento para o Mundial de Kart Indoor.
Com a palavra, os campeões
Rafael Brufatto, campeão da categoria Leves
“É um sentimento surreal. Estou desde janeiro falando que meu objetivo esse ano era disputar os campeonatos mais disputados possíveis, porque meu plano era ir para o Mundial. Graças a Deus deu tudo certo. Tenho que agradecer ao professor (Rodrigo) Picolli, que sem ele não seria possível, e também agradecer ao apoio do meu pai, da minha mãe e dos meus amigos.”
Wellington Caldeira, campão da Categoria Pesados
“Sensação incrível. Estava esperando por isso há muito tempo, um título de relevância como é a Seletiva para o Mundial. Participei de oito corridas, sem contar o Match Race. Enfim, foi sensacional e estou muito feliz.”