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Conteúdos especiais sobre kart e automobilismo brasileiros

Empresas patrocinam projetos, não hobby

3 min read

Foto: Rodrigo Dias

Seja no kart ou nos carros, uma boa parte dos competidores tem boa remuneração e consegue reservar parte dela para investir no esporte que tanto ama

“Hobby
Substantivo masculino
Atividade exercida exclusivamente como forma de lazer, distração; passatempo.

Oxford Languages”

Talvez você não saiba, mas, para muitos, o automobilismo é um hobby.

Não acredita? Então, faça esse exerício: ao assistir in loco uma corrida e visitar os boxes, analise quantos pilotos e pilotas ali investem o próprio dinheiro – ou da família – para competir.

Seja no kart ou nos carros (principalmente os campeonatos regionais), uma boa parte faz isso. Reserva uma parte do salário, encontra uma equipe e pronto. Ou seja: têm profissão (normalmente bem remunerada), permitindo competir no esporte que amam.

Exemplos não faltam.

  • Edu Guedes (Porsche Cup): chef de cozinha e apresentador
  • Carlos SG (Kart e dono da SG28 Racing): empresário
  • Walter Salles (competiu no extinto Brasileiro de GT): cineasta e herdeiro dos donos de um banco
  • Paulo Muzy (Porsche Cup): médico esportivo
  • Lucas Lucco (Porsche Cup): cantor
  • Rômulo Estrela (Kart): ator

Sem contar aquelas categorias conhecidas por serem destinadas aos ditos gentlemen drivers, como a Fórmula eVolution.

No caso de crianças e adolescentes, o que muda é a fonte. Os recursos costumam vir dos pais, de familiares ou de amigos. Muitos desses têm empresas com um bom retorno financeiro – ou empregos com uma boa remuneração.

Situações como essa comprovam que o esporte a motor é uma forma de passatempo. E não há nada de errado nisso. Assim como existem os campeonatos amadores de skate, de futebol e por aí vai, por que seria diferente nessa modalidade?

Não é hobby para mim”

Sei que colocar o automobilismo e o kartismo como uma forma de se divertir pode gerar algum incômodo. Muitos querem construir uma carreira – para si ou para seus filhos ou suas filhas.

Se esse for o seu caso, está na hora de “virar a chavinha”. Precisa parar de “pedir ajuda para seguir com sonho” e começar a trabalhar de maneira séria, com os mesmos foco e disciplina empregados nos treinos e nas corridas.

Afinal, empresários não investem em passatempos.

O que os patrocinadores querem

Nesta reportagem, contei um pouco sobre isso. Se você não leu, sugiro que leia, porque tem muita dica interessante.

Uma delas se trata sobre um dos maiores erros que pilotos (ou seus familiares) cometem quando o assunto é buscar um patrocinador: pensar apenas na exposição. Essa necessidade poderia ser nos primórdios da profissionalização do autobilismo, mas agora é muito diferente.

Muitas empresas já estão com suas marcas consolidadas. Por isso, estampar o logo no macacão e no kart ou carro pode não ser de interesse delas.

“Mas o que elas querem então?”, você pode se perguntar.

Não sei, mas seguem algumas possibilidades:

  • Aumentar o número de franqueados
  • Estreitar relacionamento com fornecedores ou colaboradores
  • Aumentar o awareness (em bom português, “reconhecimento/conscientização de marca”)
  • Vender mais produtos/serviços
  • Mostrar seus produtos sendo usados em um esporte de alto rendimento

Além destes, existem muitas outras.

Cabe a você reservar um tempo para pesquisar mais sobre a empresa que quer negociar e descobrir o que ela precisa. Porque o patrocínio não é sobre você: é sobre o patrocinador. E muitos veem o automobilismo como uma plataforma de negócios.

Viu por que você tem que parar de pedir ajuda para realizar seu sonho?

Pisa fundo

Estude sobre marketing esportivo.

Invista seu tempo para conhecer mais a área.

Os portais Máquina do Esporte e Poder Sports Mkt e o podcast “Patrocinei!” são ótimos pontos de partida. Caso goste de livros, tem o do Ivan Martinho. É simples, objetivo e direto.

Ao ter esse conhecimento, você vai parar de buscar “modelos de proposta de patrocínio” no Google. Quem sabe, ao “virar a chavinha”, consiga se tornar seu sonho realidade.