Automobilismo como uma força econômica nacional
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Foto: DPPI
Entre as principais razões para isso, está a profissionalização dos envolvidos no setor e do impulso dado pelas Leis de Incentivo ao Esporte
Os dados comprovam: o automobilismo desempenha um papel muito importante na economia do Braisl. Basta vermos o retorno econômico proporcionado pelas três competições internacionais realizadas no Brasil entre 2024 e 2025.
O Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 e a etapa da ABB FIA Fórmula E movimentaram R$ 1,96 bilhão e R$ 74 milhões em 2024, respectivamente. Por sua vez a Rolex 6 Horas de São Paulo do FIA WEC (World Endurance Championship) deste ano foi responsável por mais de R$ 408 milhões. Em uma soma básica, são pouco mais de R$ 2,5 bilhões.
Esses valores vão desde as operações do evento (bilheteria, prestadores de serviço, etc.) até outros setores, como hospedagem, gastronomia e turismo. Tudo isso volta, também, aos cofres públicos por meio de impostos – que, em teoria, devem ser revertidos em benefício da população.
Ou seja, é mais uma prova de que a modalidade (do kart ao automobilismo de asfalto e de terra) representa uma fatia interessante no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, embora muitas pessoas não vejam assim.
PIB do Esporte
O Insituto Sou do Esporte publicou, neste ano, o Relatório PIB do Esporte. Ao analisar os dados de diversas entidades esportivas, como confederações (a Confederação Brasileira de Automobilismo não está entre elas), o levantamento produzido em parceria com a EY Brasil revelou o setor movimentou R$ 184,3 bilhões só em 2023. O montante representa 1,69% do PIB daquele ano.
Por segmento, o volume de gastos ficou assim:
- Comércio: 89,5 bilhões (52% do total)
- Esportes e atividades recreativas: 42,3 bilhões (25%)
- Indústria: 21,6 bilhões (13%)
- Mídia e Publicidade: 11,7 bilhões (7%)
- Outros serviços/serviços indiretos: 5,03 bilhões (3%)
Além disso, dos 100,9 milhões de brasileiros com alguma ocupação naquele ano, 3,3 milhões atuavam na cadeia produtiva. Isso significa que o esporte empregou 3,2% do total de mão de obra.
Lei de Incentivo do Esporte

Ainda conforme o Relatório PIB do Esporte, cada R$ 1,00 investido pelo setor privado em projetos esportivos gera um retorno de R$ 23,36 na economia nacional. No caso de recursos públicos, o retorno fica em R$ 12,83 para cada R$ 1,00 aplicado. Apesar de em proporção menor, não deixa de ser representativo.
Parte desses investimentos é feita por meio das leis de incentivo ao esporte, como a Lei 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Segundo o “Relatório ISG 2025 – Indicadores e Análises da Lei de Incentivo ao Esporte”, produzido pela ISG – Estratégia Esportiva – mais de R$ 6,2 bilhões foram captados entre 2007 e 2024.
Só no ano passado, foi R$ 1,2 bilhão. Mesmo que em menor proporção, o automobilismo integra essa lista, tendo como principais proponentes as entidades abaixo:
- Clube ASRB: R$ 12,2 milhões
- Kart Clube Granja Viana: R$ 8,1 milhões
- Aventura Especial: R$ 7,4 milhões
- Associação Brasileira de Pilotos de Automobilismo (ABPA): R$ 5,2 milhões
- Instituto Sertões: R$ 3 milhões
Importante ressaltar que essas instituições protocolaram projetos, solicitando esses montantes. Não significa, porém, que arrecadaram tudo isso. Mas, mostra como os automobilistas estão mais conscientes da importância da LIE.
Há décadas, o automobilismo deixou de ser restrito a pessoas endinheiradas e apaixonadas por velocidade. Hoje, pode-se dizer que a modalidade tem uma verdadeira indústria, contribuindo com o crescimento em diversos setores – de fornecedores fornecedores de equipamentos e prestadores de serviços diretos a comunicação e turismo.
Não é à toa que muitas empresas, de diversos portes, investem nesse esporte. Às vezes, com interesse de fazer parte dele para além do patrocínio.