Motores OK-N: Uma aposta que parece ter dado certo
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Foto: Gilmar Rose
A Copa São Paulo Light de Kart tem mostrado grids fortes com estes novos propulsores, principalmente na categoria dos mais novos.
Quando a Comissão Nacional de Kart (CNK) da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) anunciou mudanças nos motores 2 tempos em competições nacionais a partir desta temporada, confesso que fiquei com um pé atrás. O motivo era muito claro: não é uma alteração fácil de se fazer, principalmente quando envolve custos.
Afinal, o kartismo é um esporte de custo elevado. Muitos equipamentos, como propulsores, são cotados em dólar, que hoje está em R$ 5,50 – mas já tivemos essa moeda acima dos R$ 6,00. Ou seja, na visão deste colunista, era a “receita” para termos grids baixos.
Mas, a preocupação diminuiu quando, nesta reportagem, conversei com fornecedores dos novos motores OK-N. Em um resumo: o custo poderia até ser maior em um primeiro momento, traria benefícios.
Como disse Pier Paolo Bei, da TM Kart Brasil, esses modelos vibram menos, o que, por consequência, diminuem os riscos de quebra dos chassis. Além disso, o empresário tocou em outro ponto importante: como são motores novos, kartistas e preparadores precisarão aprender como tirar o melhor proveito deles.
Novos desafios pela frente. Mas, mesmo assim, ficava aquela pulga atrás da orelha…
Essa “aposta” vai se pagar?
Pelo que tenho acompanhado na Copa São Paulo Light de Kart, sim.
Para termos uma ideia, a categoria OK-N Júnior (uma junção das categorias Júnior Menor e Júnior) está com uma média de 30 pilotos no grid por etapa. Só que a tendência é aumentar: nas duas últimas rodadas da competição, foram 32.
No caso da OK-N (antiga Graduados), ainda há uma oscilação. A média de inscritos em 4 etapas foi de 21 kartistas, com variação entre 20 e 19 competidores entre as três últimas. A exceção foi a inaugural, com 24.
Entretanto, aqui vale um comparativo com as suas “irmãs” dos motores 4 tempos: na F4 Júnior, a média é de 21 por etapa, estabilizando em 20 nas duas mais recentes; na F4 Graduados, 17 – e com tendência de queda desde a primeira.
O que isso pode dizer?
Que a adoção dos motores OK-N, aliada às mudanças nas categorias, pode contribuir para um retorno de mais pilotos de motores 2 tempos.
Lógico, ainda tem muito asfalto para percorrer. Como já dito, é um esporte caro e, por isso, muitos kartistas permanecem nas categorias F4, cujo custo de manutenção dos motores 4 tempos é bastante inferior.
Porém, dá para se ter uma pontinha de esperança de que podemos retornar àquela safra de outrora. Pelo menos, eu acredito nisso.
E você?