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Vida longa aos entusiastas do kartismo

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Sandrei Silva/Super Sênior Master/Copa São Paulo Light - Rodrigo Dias

Foto: Rodrigo Dias

Em um esporte cada vez mais caro e exigindo mais profissionalismo de jovens pilotos, os das classes mais maduras mostram que é possível levar tudo de uma maneira mais leve

Ano passado, quando fui a Guaporé cobrir a segunda etapa do Campeonato Gaúcho de Kart, ouvi de uma pessoa algo que chamou atenção. Com um misto de surpresa e admiração, ela disse: “A primeira vez que entrei nos boxes, vi alguns pilotos com macacões velhos, sujos de graxa, alguns com silver tape para tapar os furos, e pensei ‘Esses caras gostam mesmo é de correr.'”

Após essa manifestação, passeei pelo pit, dessa vez com um outro olhar e percebi o que ela falava. Muitos karts tinham as carenagens adesivadas com as marcas das fabricantes de chassi, quase sem patrocínio. No máximo, um adesivo aqui e outro ali de empresas (próprias ou de amigos, que contribuíam de alguma forma).

Mais alguns passos, notei pilotos e mecânicos, de todas as idades, conversando e “metendo a mão na massa”. Quem guiava pegava as ferramentas, passava para o profissional – ou o pai – que, enquanto arrumava o kart, falava sobre o que fazia.

E o que dizer dos macacões? Realmente, tinham aqueles que pareciam ser usados há anos, com a cor gasta e as manchas de graxa ainda dando as caras. Fora aqueles que faziam quase tudo sozinhos, seja por falta de dinheiro, seja por escolha própria. Normalmente, são os adultos, com seus mais de 40 anos e a vida (de certa forma) feita, e tinham como auxiliares familiares ou amigos.

Tudo isso impressiona. Não por ser algo raro, mas, também, devido à “realidade atual” do esporte. Enquanto boa parte dos mais jovens têm o desejo de se tornar profissionais – partindo para outras categorias, sejam de monopostos, turismo ou protótipos – e buscam agir dessa forma, os “mais antigos” estão nessa porque gostam mesmo é de kart.

São os que querem aproveitar o fim de semana como se fosse uma partida de futebol com os amigos: sentam em seus karts, “batem roda” e, quando a quadriculada é agitada, se reúnem para fazer aquela bela resenha.

E, às vezes, são eles que mantém o kartismo ativo em muitas regiões longe dos grandes centros.