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F-1
Empresários estimam que eventual transferência do piloto pode gerar novo boom da categoria no país
Barrichello, de Ferrari, é negócio
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Silverstone
Empresários ligados à F-1 acreditam que a eventual contratação
de Rubens Barrichello pela Ferrari vai reaquecer o automobilismo
e ampliar em até dez vezes a exposição na mídia e o volume de negócios da categoria no país.
O piloto, em seu sétimo ano na
F-1, há três na Stewart, negocia
sua transferência para a equipe
italiana na próxima temporada.
O que era rumor tornou-se notícia há duas semanas. Ganhou
força nos últimos dias e, às vésperas do GP da Inglaterra, prova que
acontece hoje, tornou o brasileiro
um dos pilotos mais requisitados
para entrevistas no paddock da
pista de Silverstone.
A corrida inglesa, oitava etapa
do campeonato, terá largada hoje,
às 9h (de Brasília), com TV.
O crescimento do interesse,
também por parte da mídia brasileira, dá mostras do que pode
acontecer caso Barrichello seja
contratado pela Ferrari.
"A exposição dele nos jornais e
TVs vai ser de cinco a dez vezes
maior", diz Geraldo Rodrigues,
da Reunion, empresa especializada em gerenciar carreiras de pilotos brasileiros no exterior. "E isso
vai puxar a F-1 para a mesma coisa no mercado brasileiro."
Ex-empresário de Barrichello e
atualmente trabalhando com Ricardo Zonta, ele baseia sua estimativa em um resultado recente.
No mês passado, Zonta conseguiu pela primeira vez chegar ao
fim de uma corrida na F-1, o GP
da França, em Magny-Cours.
"Só com isso, o número de visitar ao site dele na Internet
(www.ricardozonta.com.br) cresceu 20%", afirma o empresário.
Para Rodrigues, os negócios e
marcas relacionados à categoria
devem crescer na mesma proporção da exposição na mídia.
"No caso da Ferrari, há emoção
envolvida. Ele pode associar seu
nome a uma marca conhecida até
por gente que nunca acompanhou uma corrida de F-1."
Empresário de Pedro Paulo Diniz e ex-diretor de esportes da
empresa Parmalat para a América
do Sul, José Carlos Brunoro afirma que o retorno de exposição de
uma marca ligada a Barrichello
pode ser da razão de US$ 6 para
cada US$ 1 investido.
"Esse é um retorno considerado
bom no esporte", declara. "Acho
que a F-1 vai ficar por aí."
Brunoro acredita que, no início,
pode acontecer com Barrichello
fenômeno semelhante ao que ele
viveu no Palmeiras entre 92 e 93.
"O fator novidade contou muito naquela ocasião. Nunca nenhuma empresa havia feito uma
associação daquele tipo com um
clube do Brasil", diz. "A mídia dedicou muito espaço só para mostrar o que a gente estava fazendo
de diferente", afirma.
De acordo com ele, o retorno da
Parmalat com exposição espontânea em mídia impressa e TV, no
início do projeto, chegou a US$ 20
para cada US$ 1 investido.
"Chegamos até a perder controle da mensuração", afirma.
Brunoro acredita que um eventual acerto entre Barrichello e a
Ferrari em 2000 pode alcançar
um resultado parecido, principalmente no início do acordo.
Audiência
A TV Globo já começou a detectar aumento dos índices de audiência em consequência dos
bons resultados que o brasileiro
conseguiu nesta temporada.
Nas sete provas já disputadas,
Barrichello conseguiu dois terceiros lugares e uma pole.
Com isso e com outras boas
atuações que não resultaram em
pódio, a audiência média das
transmissões dos GPs, medida
pelo Ibope, subiu seis pontos em
relação à última temporada.
Em 98, um ano desastroso para
o piloto, a Globo registrou média
de 15 pontos durante as corridas.
Na primeira metade da atual temporada, a média está em 21, o nível mais alto atingido pela emissora na era pós-Ayrton Senna.
Cada ponto de audiência equivale a aproximadamente 80 mil
habitantes na Grande São Paulo.
O aumento no volume de negócios da F-1 no Brasil necessariamente atinge a emissora.
A cada ano, a Globo coloca cinco cotas de patrocínio à venda,
mas nem sempre consegue comercializar todas.
No início desta temporada, vendeu quatro, a um preço estimado
de US$ 16 milhões cada.
No ano que vem, se Barrichello
estiver no cockpit de uma Ferrari,
talvez cinco cotas seja pouco para
oferecer. E US$ 16 milhões, um
preço baixo para pedir.
NA TV - GP da Inglaterra,
Globo, ao vivo, às 9h
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