São Paulo, segunda-feira, 2 de maio de 1994 |
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Morre aos 34 anos Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1
FLAVIO GOMES
Senna bateu seu Williams a quase 300 km/h na curva Tamburello, a primeira do circuito de Imola, às 14h13 locais (9h13 de Brasília). Foi levado ao hospital Maggiore, a 35 km do circuito, de helicóptero. Na batida, Senna sofreu fraturas múltiplas na base do crânio. No trajeto para o hospital, teve uma parada cardíaca. Às 15h50, seu estado era de coma profundo. O piloto apresentava hemorragias internas e respirava por aparelhos. Recebeu uma transfusão de 4,5 litros de sangue, na tentativa de reativar a circulação. O anúncio da morte foi feito às 18h42 locais pela médica Maria Tereza Fandri, responsável pelo setor de reanimação do hospital Maggiore. Pouco antes cessara a atividade cerebral de Senna, apesar de seus sinais vitais ainda serem mantidos artificialmente. O acidente foi causado, provavelmente, por uma quebra na suspensão traseira de seu carro. O equipamento é responsável por manter a aderência do carro ao asfalto. A Williams não fez nenhum comunicado oficial sobre as razões da perda de controle da máquina. Ayrton morreu um dia depois do austríaco Roland Ratzenberger, da equipe Simtek, na mesma pista. O fim-de-semana de Imola teve ainda um grave acidente com o brasileiro Rubens Barrichello, da Jordan, na sexta-feira, e dez feridos, entre espectadores e mecânicos. Ayrton Senna da Silva era tricampeão mundial de Fórmula 1, recordista de pole-positions na categoria e segundo maior vencedor de corridas da história. Havia começado mal uma temporada na qual era considerado o favorito ao título. Nas duas primeiras provas do ano, foi derrotado pelo alemão Michael Schumacher, da Benetton –que também venceu a corrida de ontem. O alemão não chegou a comemorar a vitória no pódio por causa do acidente com Senna. O corpo do piloto brasileiro deve ser embarcado hoje para o Brasil. Próximo Texto: Médico critica demora no atendimento Índice |
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