Competir no virtual exige mais que habilidade

O ano mal começou e diversas ligas de automobilismo virtual do Brasil e do mundo já começaram a primeira temporada de competições. Muitos de nós, entusiastas da modalidade, já estamos preparados para os desafios deste ano. Já outros, vão embarcar nessa pela primeira vez. Neste texto, quero deixar uma coisa bem clara: competir no virtual exige não é tão simples quanto parece.

Talvez você já tenha visto os perfis de alguns pilotos virtuais no Instagram e na Twitch. Neste caso, percebeu como muitos deles (senão a maioria dos engajados) têm algumas coisas em comum:

  • Volante profissional
  • Setup com banco de competição e três telas
  • Câmeras espalhadas pelo cômodo
  • Dedicação de várias horas nas transmissões online

Porém, nem todo mundo pode fazer isso. Primeiro, porque uma boa parte dessa turma faz das transmissões online uma fonte de renda – principal ou extra. Em segundo lugar, porque estão há anos nessa empreitada, conquistaram um certo renome. Por isso, é comum vê-los com parcerias técnicas ou até mesmo patrocínios.

Ou seja: caso você queira competir no virtual, mas sem ter esse trabalho todo, terá de investir. Não apenas em equipamentos, como dissemos aqui. Precisará investir em tempo para se tornar um piloto habilidoso.

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Quanto vai custar a brincadeira?

A resposta para essa pergunta vem com uma série de “dependes”.

  1. Quanto você tem de dinheiro para investir?
  2. O que você quer com o automobilismo virtual?
  3. Qual simulador que você vai escolher?
  4. Esse simulador vem completo ou precisa comprar conteúdos?
  5. Caso queira competir, quanto custam as inscrições?
  6. O seu equipamento preenche os requisitos mínimos ou recomendados pelo simulador?

Como você pode ver, estas são apenas algumas perguntas para se responder. Entretanto, as respostas costumam ser fáceis. Por exemplo, a minha decisão foi muito fácil, e levou em conta o seguinte:

  • Tinha pouco dinheiro para investir em um volante
  • Queria me divertir, apenas
  • O simulador foi o mais barato. Por isso, a preferência pelo Automobilista 2 e pelo RaceRoom
  • Ambos vieram com bons pacotes básicos, diferente do iRacing
  • E o meu notebook dá conta do recado, só mexer em algumas configurações

Só que, com o tempo, a coisa foi ficando séria. Conheci a RPM Esports e a RaceRoomers e voltei os olhos para as competições.

Logo, competir no virtual se tornou uma prioridade.

É isso: bora competir no virtual?

Anteriormente, falei um pouco sobre os custos desse tipo de competição. Fiz isso porque, quando a gente muda o foco, precisa mudar outras percepções.

Por enquanto, o meu notebook continua dando conta do recado. Contudo, o meu volante não é mais suficiente. Ao longo de dois anos, foram quase 815 horas de uso, com uma média de 1 hora e 07 minutos por dia.

Dessa forma, era lógico que ele daria os doces. Tanto que, enquanto escrevo esse texto, ele está à caminho da assistência técnica porque uma pecinha quebrou.

Habilidade não é tudo

Não é me gabar, mas tenho uma certa habilidade para competir no virtual. Prova disso é que, mesmo quando fazia corridas por pura diversão, conseguia resultados interessantes.

Lógico, conquistar uma vitória dependia de uma série de fatores. Mas, resultados de meio de pelotão com o ajuste padrão sempre foram comuns.

Esse resultado só aconteceu por uma questão importante: precisei me desenvolver como piloto.

Escolher o simulador é crucial na empreitada
Foto: RaceRoom

Quem são as referências no virtual?

Falei ali em cima sobre a minha necessidade de me desenvolver como piloto. Para isso, passei por alguns passos importantes.

O primeiro deles foi seguir pilotos virtuais de referência para mim, como o Suelio Almeida, o Wendel Parra e o Bruno do Carmo. Em seguida, participei da Semana do Piloto Virtual do Vitor Genz. Apesar de ser um piloto do automobilismo real, ele também participa de competições no virtual.

Aliás, as dicas dele foram cruciais para que meus resultados melhorassem com o tempo. Mesmo com um “produto gratuito”, como era o caso da Semana do Piloto Virtual.

Rotina de treinos para competir no virtual

Alguns tópicos acima, falei sobre a minha média de 1h07min de treino por dia. Essa foi uma média simples, o que não transmite a realidade. Porque, claro, eu fiquei mais tempo que isso. Afinal, haviam dias em que eu treinava quatro horas. Já em outros, era menos tempo.

Tudo dependia de como eu conseguia organizar a minha agenda.

Porém, era difícil eu ficar menos de 1h30min nas pistas virtuais. Assim, consegui criar uma rotina e fiz dela um hábito. Sem contar que o automobilismo virtual contribuía para controlar a minha ansiedade, como falei neste texto.

Comparação com os outros

Alguns simuladores de corrida têm calendários de corridas oficiais. É assim com o iRacing e também com o RaceRoom. Nesse sentido, a gente consegue se comparar com os demais e ver quais os nossos pontos fortes e fracos.

Isso só é possível porque do outro lado estão seres humanos. Ao contrário da Inteligência Virtual das plataformas, quando nos colocamos à prova estamos abertos a uma onda de emoções – positivas e negativas.

Não sabemos como vamos reagir se alguém nos prejudica, nem como os outros reagirão caso a gente os prejudique. Sem contar os fatores externos, como a qualidade da internet ou do servidor, que influenciam muito no resultado final.

Em resumo, fica muito mais f0d@.

Tudo certo competir no virtual?

Seja para contra a máquina, seja contra outros pilotos virtuais, tenha em mente que você precisa se dedicar mais do que as corridas em si. Porque todos entramos nessa para ganhar, independente de qual “tipo” de competição escolhermos.

Duvido que você vai aceitar ficar lá atrás em um Modo Carreira. Afinal, estamos nessa para competir no virtual, não para passear.

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